. . . Universidade Federal de Minas Gerais.
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Alterações
Inflamatórias
Sinais locais, gerais e especiais
SINAIS GERAIS:
Embora seja considerada uma reação local, a inflamação suscita várias reações gerais em conseqüência de:
Febre:
Síndrome caracterizada por:
- Hipertermia mista (Ý termogênese + ß termólise);
- Taqui ou dispnéia (como adaptação à hipertermia, à acidose e ao Ý do metabolismo);
- Taquicardia (Grosseiramente 1o C acima da temperatura corpórea normal corresponde a um aumento de 8 ppm);
- Anorexia + Polidipsia (ß secreções digestivas + Ý retenção hídrica nos tecidos);
Lassitude, obnubilação e fadiga.
"Conjunto de transtornos gerais de origem tóxico- infecciosa, motivadas por um ajustamento do sistema termorregulador do organismo em um nível superior de temperatura, sem paralisação do funcionamento dos mecanismos reguladores".
Quando intensa e/ou prolongada, determina exaustão orgânica pelas modificações metabólicas que acarreta:
ß Níveis séricos de Ferro:
O Fe é essencial para o crescimento bacteriano. Durante a fagocitose, os neutrófilos liberam "Apolactoferrina" que transforma a "Transferrina sérica" em "Lactoferrina" que é prontamente captada por monócitos e macrófagos
Leucocitose:
Produtos liberados pela célula em necrose nos focos inflamatórios estimulariam a medula óssea hematogênica, no sentido de se produzir mais leucócitos. Simples injeções de nucleoproteínas, como também de proteínas bacterianas, já determinariam leucocitose (SANTOS, 1978). A drenagem de um abscesso leva a queda imediata da leucocitose, da neutrofilia e da febre (BOGLIOLO & LIMA PEREIRA, 1978). Numerosos fatores tem sido propostos [IL-1; TNFa; CSF’s ou Fatores Estimulantes de Colônias; "Fator Promotor da Leucocitose", "Neutropoietina", "Leucopoietina G", etc...].
Nas inflamações agudas, especialmente nas supurativas, ocorre leucocitose com neutrofilia (até 85 - 90% dos leucócitos totais, com desvio para esquerda - i.e. com aumento das formas jovens.). Já nas inflamações com envolvimento imune (exemplo: Anafilaxia, urticária, asma brônquica e localização de ovos e/ou vermes imaturos nos tecidos) tende a ocorrer eosinofilia.
Aumento da velocidade de sedimentação das hemácias:
A histólise, as infecções agudas, as neoplasias, as supurações, assim como a gestação e as dietas hiperproteicas favorecem a elevação da taxa de fibrinogênio. Por outro lado o aumento da permeabilidade vascular visto nas inflamações agudas aumenta a viscosidade sangüínea, favorecendo mais ainda a coagulação.
Ocorre exaltação das funções do tecido linfóide, em conseqüência da estimulação extraordinária, por antígenos do agente inflamatório, que chegam às formações linfáticas regionais e às distantes através dos vasos aferentes ou pela circulação sangüínea.
A reação linfóide pode ocorrer de 3 maneiras:
- Estado reacional com predominância linfocítica:
Ý área paracortical (T dependente) + ß folículos linfáticos e centros germinativos (B dependentes). Resposta típica à antígenos indutores de reação imunológica retardada, mediada por linfócitos T. Exemplo: Inflamações crônicas granulomatosas (reação generalizada com predominância linfocítica).
- Estado reacional com predominância linfoblástica, plasmoblástica e plasmocítica:
Ý folículos linfáticos e centros germinativos (B dependentes), com espessamento de cordões medulares com plasmócitos + ß áreas paracorticais (T dependentes). Resposta típica à antígenos indutores de reação imunológica humoral, mediada por linfócitos B. Exemplo: Inflamações agudas, principalmente as supuradas, com reação regional - i.e. dos linfonodos que drenam a região do foco inflamatório.
- Estado de depleção linfocitária:
ß áreas paracorticais, de folículos linfóides e de seus centros germinativos com hipocelularidade geral. Reflete exaustão da resposta imunológica e/ou terapia com imunodepressores.
Freqüente nas inflamações graves, tanto agudas como crônicas. Os tipos mais comuns são a esteatose e a degeneração hidrópica vacuolar, acometendo de modo difuso vários órgãos, notadamente o miocárdio, o fígado e os rins. As causas são pouco conhecidas, mas supõe-se o envolvimento de catabólitos do foco flogístico (tanto do agente flogístico quanto dos tecidos lesados - ex: TNFa), da elevação dos níveis de corticóides, da anemia (freqüente nas inflamações crônicas), e da hipertermia (acelerando processos oxidativos e aumentando a ação catabolizante).
É o 5o sinal cardeal da Inflamação - "Functio Laesa" , descrito por Galeno[?] ou por Virchow (Rather, 1971). Relaciona-se ao local do foco inflamatório e depende da vulnerabilidade, essencialidade e capacidade regenerativa do tecido afetado, assim como da gravidade do processo inflamatório. Regra geral pode ocorrer hiper, hipo ou afuncionalidade.
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