Patologia em Hipertexto
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Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, Minas Gerais, 2000. 
Se você tiver alguma sugestão ou comentários, por favor envie-os para: Laboratório de Apoptose/ Departamento de Patologia Geral/ Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG 31270 010, 
Fone: (0xx31) 499 28 87/ 499 28 81 / 9114 78 41 
FAX: (0xx31) 499 28 78, 
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    .e-mail:anilton@icb.ufmg.br

 


 
 

 Oncogênese

( bases, fases, teorias, mecanismos gerais ); condições pré-malignas; graduação e estadiamento;

 

"Os tumores são excrescências atípicas provenientes dos germes embrionários".
JULIUS CONHEIN, 1882.
 
"Cancer is a complex, multistage, multimechanism phenomenon."
J. MICHAEL BISHOP
 
Sem Alterações
Mutação nos oncogenes
Perda dos genes supressores de tumor
Produção de Fatores de Crescimento
Ativação da mobilidade
Célula  
Normal
Célula 
Pré neoplásica
Célula
transformada
Tumor em crescimento
Tumor Infiltrante
(invasividade)
 
   
Oncogene
=
Acelerador
Mutações nos oncogenes
=
Acelerador agarrado no fundo
   
 
 
Genes Supressores de Tumores
=
Freio
Mutações nos Genes Supressores de Tumores
=
Perda do Freio! (Situação mais drástica!)
   
A CASCATA DA CARCINOGÊNESE VERSUS A QUEBRA DE VARIAS REPRESAS:
Mutações em 
Oncogene
Genes Supressores de Tumores e genes da apoptose
Genes da Mobilidade Celular 
Acúmulo de mutações
 Produzem
CÉLULA NORMAL
TRANSFORMAÇÃO MALÍGNA
CÉLULA PRÉ CANCEROSA
SELEÇÃO DE CLONES ATÍPICOS
ONCÓCITO - CÉLULA TRANSFORMADA
PROLIFERAÇÃO LOCAL
CARCINOMA IN SITU
INVASIBILIDADE
CÂNCER
 
 
 
Gene
Tipo de tumor
c-myc Carcinoma pulmonar de células pequenas, Carcinoma mamário
N-myc Neuroblastoma, Carcinoma pulmonar de células pequenas
L-myc Carcinoma pulmonar de células pequenas
c-erbB Carcinoma pulmonar de células pequenas
neu/erb-B2 Carcinoma mamário
   


 
  · Análogo de um Fator de Crescimento secretado:
O p28sis mitógeno (Análogo ou subunidade ativa do PDGF) fosforila o Fosfatidil-Inositol independentemente de Proteínas G. Ele é codificado pelo gene do Simian Sarcoma Virus ("sis") .

 

· Homólogo de Receptores de Fatores de Crescimento:
O ERB b é uma versão truncada do Receptor do EGF codificado pelo gene do Avian Erythroblastosis Virus ("erb-b"). Esta forma do Receptor não conta com o domínio de captação do EGF extracelular, sendo ativo mesmo na ausência desse fator de crescimento.
O ERB a (p65erb a) é uma forma variante do receptor do hormônio tireoideano
 

· Proteínas Tirosina-Quinases:
50% de todos os oncogenes estão nessa categoria.
Autofosforilação com feed back Positivo, transformando o IP em PIP2.
Rous Sarcoma Virus("src"); Abelson Murine leukemia Virus ("abl"), vrz, neu, Yamaguchi 73 sarcoma Virus ("yes"), fgr  

· Proteínas Captadoras de GTP (Proteínas G):
p21ras codificado pelo gene do Rat sarcoma Virus, mimetiza a proteína G. Trata-se de uma unidade a com uma mutação num ponto que modifica tão somente um aminoácido, (substituição de glycina no códon 12) mas que com isso reduz ou mesmo impede a atividade de GTPase, de maneira a impedir também a desativação do sistema do Inositol. É como emperrar uma chave, de maneira a tornar impossível o desligamento...  

· Proteínas Reguladoras da síntese de PIP2:
Proteínas que estimulam a síntese de Fosfatidil Inositol difosfato (PIP2), conseqüentemente aumenta a síntese e a metabolização do IP3, assim como a liberação de Ca+2. Quando a síntese de PIP2 é bloqueada, ocorre redução do Ca+2 intracitoplasmático.
Rous Sarcoma Virus ("src") e UR2 Sarcoma Virus ("ros") são oncogenes que codificam proteínas com essa atividade.  

· Proteínas Reguladoras da Transcrição: Nucleoproteínas (Fatores de transcrição) que se conectam ao DNA participando diretamente na sua replicação.
p110myc , codificado pelo gene do Myelocytomatosis Virus; aumenta a síntese de mRNA em 40 vezes, em 45 minutos.
p55fos, codificado pelo gene do FBJ osteossarcoma Virus; aumenta a síntese de mRNA em 40 vezes, em 120 minutos.
p48myb, codificado pelo gene do Avian myeloblastosis Virus

 

 

Genes Supressores de tumores isolados por Clonagem genética:
Genes Supressores de tumores Localização Cromossômica Doença
APC 5q21 Polipose Familiar
WT-1 11p13 Tumor de Wilms
Rb 13q14 Retinoblastoma, Osteossarcoma
p53 17p12-13 Sindrome de Li-Fraumeni, vários tumores
NF-1 17q11 Neurofibromatose de Von Recklinghausen
DCC 18q21 Carcinoma do cólon
 

  


   
 
· A proliferação oncocitária teria um "Tempo de duplicação" (Intervalo de tempo que ele ocupa para atingir o dôbro de seu volume inicial) que variaria entre 8 a 600 dias (mais freqüentemente entre 20 a 100 dias), e tenderia a aumentar a medida que a neoplasia "envelhece". Isto caracterizaria um crescimento exponencial decrescente, também chamado de "Crescimento Gompertziano". O aumento no tempo de duplicação decorreria do aumento da população de células em diferenciação (fora de mitoses) determinando diminuição da fração de crescimento. A importância disso reside no fato de que sabendo-se o volume da neoplasia, poderia-se estimar o número de células que a comporia, e desta maneira se ter uma idéia do número de "Tempo de duplicações" já ocorridos. A história natural das neoplasias malignas dura em geral 40 a 45 T.D.s, o que corresponde à presença de aproximadamente 1 trilhão (1012) de oncócitos. Esta enorme população incoordenada geralmente é incompatível com a vida. As neoplasias menores e já detectáveis clinica e macroscopicamente possuem 1 cm de diâmetro, correspondendo a aproximadamente 1 bilhão de oncócitos, com ± uns 30 T.D.s ( correspondendo a uns 2/3 do crescimento total potencial estimado para todo tumor).   · Com o aumento das cariocineses e das discarioses nos clones atípicos se acentuaria a perda de inibição por contato. Posteriormente, com a secreção do TAF ("Tumor Angiogenesis Factor") haveria um crescimento da vascularização dentro da massa neoplásica, aumentando dramaticamente o ritmo de crescimento e a invasividade desta.

          

 
  
· Bases:
 

· Teorias da oncogênese:

 

* Teoria da mutação (de células somáticas, por cancerígenos):

 

· . Argumentos favoráveis:

 
  •  Mecanismos celulares de reparo ao DNA:

  • Excisional (remoção e substituição do segmento lesado. É livre de erro).

  • Pós replicação (em lesões extensivas, com alta probabilidade de erros/mutação. As fitas lesadas são replicadas em suas regiões íntegras, com fragmentos resultantes recombinando-se).
  •  

     

    * Teoria da perda dos mecanismos de controle (defeitos nos mecanismos epigenéticos):

     

    *Teoria do Mêmbron (PITOT, 1969):

    · A deleção enzimática derivaria de alterações no mosaico das unidades de membrana do RE, diminuindo a estabilidade da associação RNAm-Sítio de membrana (mêmbrom), descontrolando assim a síntese de proteínas específicas.
     



    * Teoria Viral:

    · Generalizante demais. Na maior parte das neoplasias Não pode ser demonstrada a existência de vírus (argumento desfavorável), talvez pelo "mascaramento" ou "lisogenização" (integração total ou parcial do genoma vírico no genoma celular gerando uma mutação/ inserção do vírus através de ligações com radicais livres determinando modificações na sucessão das bases do DNA (HASUMI, 1986 - aponta 84 tipos de vírus oncogênicos).
     


    * Teoria do Próvirus :

    · Células susceptíveis a` carcinogênese possuem estruturas lábeis no DNA, capazes, sob estímulo adequado, de se tornarem livres e independentes. Os segmentos livres ("Pró- vírus"), seriam capazes de replicação e de integração noutros pontos de seqüência do DNA.
     


    * Teoria do virogene ou protovirus (BALTIMORE, 1970; TEMIN, 1970/71):

    · A seqüência de DNA ("Protovirus") de uma célula X codifica um RNA que, agindo como um vírus, se transfere para outra célula(Y), e codifica nesta um DNA idêntico ao protovirus, que se integra no DNA de Y provocando mutação. A transcrição do virogene ou do protovirus em RNA e sua tradução em proteínas pode ocorrer com intensidade e extensão variáveis, dependendo da regulação e interação de genes. A expressão parcial do virogene determinaria a transformação maligna, enquanto a expressão total do virogene inteiro levaria a` produção de novos vírions.

    · A questão que fica é quem veio primeiro? (o ôvo ou a galinha?/ os oncogenes são de origem celular e se incorporaram a alguns vírus/"Protovirus", ou se originaram dos vírus e foram por eles incorporados nas células/"virogene" ?).

     


    * Teoria dos oncogenes (CROCE, 1977; STRONG, 1977; PHILLIPS-QUAGLIATTA, 1978; ARRIGHI, 1980);

    · A causa primária das neoplasias seria uma desregulação gênica, i.e. uma alteração no sistema genético e epigenético complexo responsável pela regulação da reprodução e diferenciação celular. De acordo com esta teoria, todas as células teriam uma bateria de genes (reguladores e estruturais). Nesta bateria haveriam genes do crescimento, cuja função seria determinar e regular a reprodução e a diferenciação celular. Tais genes, por mutação, originariam os "oncogenes", variáveis e hereditários (donde a predisposição familiar às neoplasias e lesões pré malignas). Os oncogenes ocasionariam transformação maligna quando:

     

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    Para referenciar o material desta publicação: Anilton Cesar Vasconcelos. Patologia Geral em Hipertexto. Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, Minas Gerais, 2000. Se você tiver alguma sugestão ou comentários, por favor envie-os para: Laboratório de Apoptose/ Departamento de Patologia Geral/ Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG 31270 010


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