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Universidade Federal de Minas Gerais.
Belo Horizonte, Minas Gerais, 2000.
Se você tiver alguma sugestão ou comentários,
por favor envie-os para: Laboratório de Apoptose/ Departamento
de Patologia Geral/ Instituto de Ciências Biológicas da
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG 31270 010,
Fone: (0xx31) 499 28 87/ 499 28 81 / 9114 78 41
FAX: (0xx31) 499 28 78,
Web
http://www.icb.ufmg.br/~pat/apopt.htm
.e-mail:anilton@icb.ufmg.br
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Alterações Circulatórias:
HEMORRAGIA:
"L’emorragia è l’effusione di tutti i
componenti del sangue dai vasi sanguigni; non è un fenomeno esclusivamente
patologico, poichè esistono emorragie necessariamente connesse a
fatti normali".
Morgagni, apud Cesare Sacerdotti
& Bruno Polettini, 1949
Etimologia:
gr. "Haimorrhagia" ou "Haima"+"Rhegnymi" / lt. "Haemorrhagia"
= escorrer sangüíneo.
Sinonímia:
"Derrame"(vulgar).
Conceito:
Extravasamento sangüíneo para fora do sistema cardiovascular.
Classificação
e nomenclatura:
- Quanto à origem:
- venosa,
- arterial,
- capilar,
- cardíaca.
- Quanto à relação com
o organismo(?):
- externas ou superficiais,
- internas com fluxo externo:
exemplos: gastrorragia com hematêmese, gastrorragia
e/ou enterorragia com melena, otorragia, epistaxe
ou rinorragia, pneumorragia com hemoptise, nefrorragia
com hematúria, etc... Utiliza-se o prefixo designativo do
órgão afetado acrescido do sufixo
rragia. Retorragia ¹
Melena; Epistaxe ¹ Hemoptise.
- ocultas (i.e., sem fluxo externo):
viscerais (superficiais, parenquimatosas ou intersticiais) e ainda as
cavitárias. Utiliza-se o prefixo Hemo
ou Hemato acrescido de termo designativo
da cavidade afetada.
- Quanto ao mecanismo
de formação:
- Por rexe
ou ruptura de vasos: mais freqüentes, geralmente de origem
traumática.
- Por diabrose
ou digestão/erosão de vasos:
por necrose (exemplo: cavernas pulmonares
na tuberculose) ou digestão enzimática (exemplo: úlceras
pépticas).
- Por diapedese ou diátese
hemorrágica: sem lesão
evidente nos vasos, geralmente a nível capilar e freqüentemente
do tipo petequial ou púrpura. As hemácias fluem através
da parede vascular intacta. Visto comumente nas coagulopatias (diáteses
hemorrágicas) e nas congestões prolongadas em vênulas
e capilares.
- Quanto à idade do processo:
- Recente:
Hemácias íntegras nos cortes histológicos.
- Antiga:
Hemólise e hemossiderose presentes.
- Quanto à morfologia:
- Mais aplicável às viscerais e tegumentares.
- Petéquias: lt. "Petecchia"
= mancha roxa ou hemorragia puntiforme. Hemorragias minúsculas,
de 1 a 2 mm de diâmetro, esparsas.
- Púrpuras:
até aproximadamente 1 cm de diâmetro ou reunião
de petéquias mais densamente. Este termo é também
utilizado para descrever um quadro hemorrágico generalizado (petéquias
e sufusões extensas em várias serosas e mucosas, geralmente
associado às diáteses hemorrágicas - Síndromes
com tendência à hemorragia por deficiência na coagulação
e também às septicemias - viremias e toxemias - que induzem
lesões em pequenos vasos periféricos).
- Sufusões:
lt. "Suffusionem" = extravasamento de humores. Também
chamadas de "Máculas hemorrágicas" ou "Hemorragias
em lençol". Refletem manchas difusas, planas e irregulares
(o termo "Equimose" também
tem sido utilizado para descrever este tipo de hemorragia, quando afetando
a pele - ou com dimensões menores que a sufusão
- 2 a 3 cm).
- Hematoma
ou bossa sangüínea
ou ainda hematocisto: refere-se
á formação de uma cavidade com coleção
sangüínea.
- Apoplexia: gr. "apoplexis"
= abater, cair. Hemorragia massiva, grave, intensa, com destruição
orgânica e manifestações gerais graves.
- Quanto à etiologia:
- Traumática - acidentes
e cirurgias;
- de origem hemática -
- Intoxicações (dicumarínicos, tricloroetileno,
Pteridium aquilinum, Crotalária e Mellilotus
["trevo doce" nos EUA], ácido acetilsalicílico, antihistamínicos,
etc...);
- Hipovitaminoses (principalmente K / importante
na Cascata de coagulação, e C/ integridade das junções
interendoteliais);
- Hepatopatias;
- Trombocitopenias;
- Hemofilias (homem e cão só no macho, nos suínos
tanto nos machos quanto nas fêmeas).
- de origem vascular -
- Hipertensão intravascular (hipertensão arterial,
varizes, formação e ruptura de aneurismas, obstrução
venosa);
- Toxinas e agentes infecciosos endoteliotrópicos (PSC e
PSA, Newcastle, Pasteurella multocida, Bacillus
anthracis, etc...).
- Quanto à intensidade
(Conseqüências):
Fatores: local, volume; velocidade de perda.
- Grave:
quando afeta órgão essencial ou importante (ex: mesmo um
pequeno hematoma subdural já pode determinar coma e morte), e/ou
com perda rápida de grandes volumes sangüíneos (ultrapas-
sando 1/3 da volemia, i.e. 3 a 4 % do peso corporal). Risco de vida evidente.
Choque hemorrágico.
- Moderada: quando
inspira cuidados, mas em si só não indica ainda risco de
vida.
- Leve: quando
não interfere significativamente na vida do indivíduo.
Características
macroscópicas:
Avermelhamento vivo ou arroxeado na área
atingida e/ou fluxo sangüíneo.
Ver também para discussão: hiperemia versus
hemorragia em medula óssea e no
baço.
Características microscópicas:
Hemácias fora
de vasos (livres, aglomeradas em coágulos
ou fagocitadas por macrófagos). Com a evolução, a hemólise
e a metabolização da hemoglobina leva ao aparecimento de hemossiderina
e hemossiderófagos.
Resolução
da Hemorragia:
Quando a hemorragia não é fatal, após
a hemostasia, pode ocorrer absorção do coágulo (nas hemorragias
menores) ou organização e fibrose (nas hemorragias mais amplas).
Pode ocorrer também formação de aderencias, encistamento,
calcificação, ossificação (comum no otohematomas
caninos), colonização bacterianas e supuração.
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Para
referenciar o material desta publicação: Anilton Cesar
Vasconcelos. Patologia Geral em Hipertexto. Universidade Federal de
Minas Gerais. Belo Horizonte, Minas Gerais, 2000. Se você tiver alguma
sugestão ou comentários, por favor envie-os para: Laboratório
de Apoptose/ Departamento de Patologia Geral/ Instituto de Ciências
Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte,
MG 31270 010